Quem Tem Direito ao Adicional de Periculosidade?

Quem Tem Direito ao Adicional de Periculosidade?

Quem Tem Direito ao Adicional de Periculosidade?

O adicional de periculosidade é direito de trabalhadores expostos a riscos como inflamáveis, explosivos, energia elétrica ou uso de motocicleta, sendo garantido por laudo técnico e previsto pela CLT no valor de 30% do salário-base durante o tempo de exposição comprovada pela perícia.

Adicional de periculosidade não é um mistério, mas muita gente ainda se pergunta: será que meu trabalho entra nessa lista? Se você já ouviu histórias de quem trabalha com energia elétrica, inflamáveis ou até mesmo pilota uma motocicleta, vai entender neste artigo como a lei realmente protege quem enfrenta riscos no dia a dia.

O que caracteriza uma atividade perigosa?

Uma atividade é considerada perigosa quando expõe o trabalhador a riscos acentuados, capazes de comprometer sua integridade física ou saúde. Tais riscos estão presentes em ambientes com manipulação direta de materiais inflamáveis, explosivos, radiações ou energia elétrica.

Segundo a legislação, principalmente a Norma Regulamentadora nº 16 (NR 16) do Ministério do Trabalho, os perigos não precisam ser constantes ao longo de toda a jornada, bastando que haja a exposição habitual. Ainda, não importa se o acidente é comum ou raro: o que caracteriza a periculosidade é o potencial de dano.

Exemplos comuns de atividades perigosas

Entre os exemplos, estão o trabalho em postos de combustíveis, operações com explosivos, manutenção em redes elétricas e transporte de valores. Profissionais que atuam diretamente nesses ambientes estão mais protegidos pela lei.

Por fim, é importante destacar que, para reconhecer uma atividade perigosa, é necessário análise técnica específica — normalmente feita por meio de perícia. Esse laudo detalha as condições do trabalho e confirma se há enquadramento para o adicional de periculosidade.

Atividades com risco de inflamáveis e explosivos

Atividades com risco de inflamáveis e explosivos

Trabalhar com inflamáveis e explosivos representa um dos maiores riscos reconhecidos pela legislação brasileira. Funcionários de postos de combustíveis, refinarias, transportadoras de cargas químicas e indústrias químicas tem contato constante com líquidos ou gases que, sob determinadas condições, podem causar incêndios ou explosões graves.

Exemplos de atividades de risco

O abastecimento de veículos, a manutenção de tanques de armazenamento, a manipulação de solventes e a operação de equipamentos em áreas classificadas como perigosas estão entre as tarefas mais comuns. Esses profissionais frequentemente utilizam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e procedimentos rigorosos para reduzir a exposição ao perigo.

Além disso, o transporte de gás liquefeito, armazenamento de botijões e operação em ambientes com atmosferas explosivas requerem ainda mais atenção. A exposição não precisa ser contínua; a simples presença em ambiente de risco pode garantir o direito ao adicional de periculosidade.

Profissões que envolvem energia elétrica e motocicleta

Muitos profissionais lidam diariamente com riscos relacionados à energia elétrica e ao uso de motocicleta durante o trabalho. Eletricistas, técnicos de manutenção elétrica, operadores de redes de energia e funcionários que atuam em instalações elétricas estão entre os que têm direito ao adicional de periculosidade pelo contato direto com corrente elétrica de alta tensão.

Trabalho em motocicleta

Motoboys, mototaxistas e entregadores utilizam a motocicleta como ferramenta principal de sua atividade, expondo-se a riscos constantes de acidentes no trânsito. Por isso, a legislação reconhece o direito ao adicional para quem utiliza esse veículo como parte essencial do serviço, conforme determinado pela CLT e regulamentado pelo Ministério do Trabalho.

Tanto nas atividades elétricas quanto nas que envolvem motocicletas, é fundamental o uso correto de equipamentos de proteção, além de treinamento e cuidados específicos para minimizar acidentes. Mesmo assim, o adicional de periculosidade é garantido pela habitualidade e exposição ao perigo.

Como funciona a perícia para concessão

Como funciona a perícia para concessão

A perícia trabalhista é um procedimento essencial para verificar se o trabalhador tem direito ao adicional de periculosidade. Geralmente, um perito especializado é nomeado pela Justiça do Trabalho para analisar o ambiente, as funções realizadas e os riscos existentes.

Etapas da perícia

Durante essa avaliação, o perito faz inspeções no local de trabalho, entrevista funcionários e consulta documentos, como laudos técnicos e registros de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O objetivo é identificar se há exposição a agentes perigosos, como inflamáveis, eletricidade ou atividades com motocicleta.

O resultado da perícia é apresentado em um laudo detalhado, que serve como fundamento para que o juiz decida pela concessão ou não do adicional de periculosidade. A decisão judicial geralmente segue o teor do laudo, tornando o processo fundamental para garantir direitos.

Direitos garantidos pela CLT sobre o adicional

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante proteção adicional para quem exerce atividades perigosas. Segundo o artigo 193, empregados expostos a risco têm direito a receber o adicional de periculosidade correspondente a 30% do salário-base, sem considerar adicionais ou gratificações.

Como é regulamentado

A legislação define quais setores têm direito, como os que lidam com inflamáveis, explosivos, energia elétrica e motocicleta. A quantia é paga enquanto durar a exposição ao risco, sendo suspensa caso haja a eliminação da situação perigosa.

Além disso, a CLT proíbe que esse benefício seja substituído por qualquer outro tipo de vantagem ou acordo individual, reforçando a proteção ao trabalhador. Toda verificação de direito ao adicional deve ser respaldada por laudo técnico ou perícia, garantindo validade jurídica à concessão.

Dúvidas comuns sobre o adicional de periculosidade

Dúvidas comuns sobre o adicional de periculosidade

Muitas pessoas têm dúvidas se determinados cargos, como vigilantes, frentistas ou entregadores, recebem adicional de periculosidade. O benefício só é concedido quando a atividade realmente expõe o trabalhador a riscos, de acordo com as normas regulamentadoras e perícia técnica.

Perguntas frequentes

É comum perguntar se quem recebe insalubridade pode receber periculosidade ao mesmo tempo. A resposta é não: a lei exige a escolha de apenas um dos adicionais, nunca ambos.

Outra dúvida é sobre a necessidade de laudo: sim, a comprovação por laudo técnico é fundamental. Sem essa documentação, o pagamento do adicional pode ser questionado na Justiça. Já sobre o valor, ele sempre equivale a 30% do salário-base, independente da frequência ou jornada de exposição ao risco.

Entenda seus direitos sobre o adicional de periculosidade

Conhecer quem tem direito ao adicional de periculosidade é fundamental para garantir condições justas e seguras no ambiente de trabalho. Seja em atividades com riscos de explosivos, inflamáveis, energia elétrica ou uso de motocicleta, a legislação protege o trabalhador e prevê benefícios que valorizam sua segurança.

Se restarem dúvidas, consulte sempre as normas da CLT, busque apoio do sindicato ou converse com um especialista em direito trabalhista. Estar bem informado é o primeiro passo para exigir seus direitos e trabalhar de maneira mais protegida.

FAQ – Perguntas frequentes sobre adicional de periculosidade

Quais profissões têm direito ao adicional de periculosidade?

Eletricistas, motoboys, frentistas, vigilantes e profissionais que lidam com inflamáveis ou explosivos podem ter direito, conforme a NR 16.

Receber insalubridade impede o recebimento do adicional de periculosidade?

Sim, a lei permite escolher apenas um adicional. Não é possível acumular ambos.

É obrigatório apresentar laudo para receber o adicional?

Sim, o pagamento do adicional depende de laudo técnico que comprove a exposição ao risco.

O adicional de periculosidade incide sobre quais valores?

Incide sobre o salário-base do trabalhador, sem considerar gratificações ou adicionais.

Trabalhadores de áreas administrativas de empresas perigosas recebem adicional?

Não, apenas quem está exposto habitualmente ao risco comprovado tem direito ao adicional.

O que fazer se o empregador não pagar o adicional corretamente?

Procure o sindicato da categoria, registre uma denúncia no Ministério do Trabalho ou busque a Justiça do Trabalho para reivindicar seu direito.