Problema na Coluna: Posso Ser Demitido do Trabalho?

Funcionário com problema na coluna pode ser demitido apenas fora do período da estabilidade acidentária, normalmente 12 meses após o auxílio-doença, e desde que não haja comprovação de dispensa discriminatória relacionada à doença ocupacional.

Você já se perguntou se um funcionário com problema na coluna pode ser demitido? Muitas pessoas enfrentam essa dúvida, especialmente quando a dor ou lesão surge do trabalho. Vamos entender juntos quais direitos protegem quem sofre com esses problemas e o que pode ser feito em situações difíceis.

Quando a dor na coluna pode estar ligada ao trabalho

A dor na coluna pode estar diretamente relacionada ao trabalho quando surge devido a atividades repetitivas, má postura ou esforços físicos exagerados. Problemas como hérnia de disco, lombalgia e outras lesões podem ser caracterizados como doenças ocupacionais, principalmente quando o trabalhador executa tarefas que exigem repetição constante ou levantamento de peso sem a devida orientação.

Para avaliar se a dor na coluna tem ligação com o trabalho, é essencial analisar o histórico profissional e as condições em que o serviço é realizado. É comum que quem atua por horas seguidas em pé, sentado incorretamente ou realizando movimentos bruscos desenvolva problemas na coluna.

Além disso, situações de estresse e falta de pausas para descanso também podem agravar essas condições. Por isso, empresas devem garantir ergonomia e boas práticas para evitar o surgimento desses problemas.

O diagnóstico médico aliado à perícia do INSS é fundamental para estabelecer o nexo causal entre a doença e o trabalho. Isso pode assegurar ao funcionário direitos como auxílio-doença ou estabilidade no emprego.

Portanto, reconhecer se a dor na coluna é causada pelo trabalho é o primeiro passo para buscar proteção e tratamento adequados, evitando que o problema prejudique ainda mais a saúde e a vida profissional.

Entendendo o nexo causal e sua importância

O nexo causal é a relação direta entre a atividade profissional e o surgimento ou agravamento de uma doença, como os problemas na coluna. Essa ligação é fundamental para garantir que o trabalhador receba os direitos previstos em lei, como o auxílio-doença e a estabilidade provisória.

Para comprovar o nexo causal, são consideradas evidências médicas e testemunhais que demonstrem que a doença ou lesão foi causada ou influenciada pelas condições do trabalho. Por exemplo, se um funcionário desenvolve lombalgia devido ao esforço repetitivo ou à ausência de equipamentos ergonômicos, esse vínculo pode ser reconhecido.

A perícia médica do INSS é peça chave nesse processo, pois avalia o quadro clínico do trabalhador e emite um parecer técnico sobre a relação entre a doença e o trabalho realizado.

Esse reconhecimento pode evitar a demissão arbitrária e garantir o direito à estabilidade acidentária, que protege o funcionário contra a dispensa sem justa causa por um período determinado após o retorno do afastamento.

Assim, entender o nexo causal é crucial para que o trabalhador saiba quando procurar ajuda, como requerer seus direitos e garantir proteção jurídica adequada.

O que garante a estabilidade acidentária

A estabilidade acidentária é um direito garantido ao trabalhador que sofreu acidente de trabalho ou adquiriu doença ocupacional. Ela assegura a permanência no emprego por um período mínimo após o retorno do afastamento, evitando demissões arbitrárias.

Segundo a legislação brasileira, essa estabilidade dura 12 meses a partir do término do auxílio-doença concedido pelo INSS. Durante esse período, o empregado não pode ser dispensado sem justa causa.

Para garantir essa estabilidade, é fundamental a comprovação do acidente ou da doença relacionada ao trabalho, por meio de perícia médica e documentos oficiais. A atuação correta em solicitar o auxílio-doença e informar a empresa é essencial.

Além disso, a estabilidade não elimina o direito a uma demissão com justa causa, mas protege contra a dispensa arbitrária. O empregador deve respeitar esse prazo para evitar ações judiciais e indenizações.

Esse direito serve como um amparo para o trabalhador se recuperar e garantir sua saúde e segurança no ambiente de trabalho, dando mais segurança jurídica e estabilidade financeira durante o período delicado após um acidente.

Quais sintomas caracterizam LER/DORT

LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) são problemas comuns em trabalhadores que realizam movimentos repetitivos, especialmente com as mãos, punhos, ombros e coluna. Entre os sintomas mais frequentes estão:

  • Dor constante ou intermitente nas regiões afetadas, que pode piorar com o movimento.
  • Inchaço e sensação de cansaço local mesmo sem esforço intenso.
  • Formigamento ou dormência nos membros, indicando comprometimento nervoso.
  • Perda de força e dificuldade para segurar objetos ou realizar tarefas simples.
  • Rigidez e limitação de movimento, que dificultam atividades do dia a dia.

Esses sintomas podem evoluir gradativamente e impactar a qualidade de vida, causando incapacidade temporária ou permanente para o trabalho.

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações. O trabalhador deve buscar atendimento médico assim que perceber esses sinais para iniciar tratamento e, se necessário, solicitar o reconhecimento da doença ocupacional.

Dispensa discriminatória: como identificar e reagir

A dispensa discriminatória ocorre quando o trabalhador é demitido por motivos ilegais relacionados a sua condição de saúde, doença ocupacional ou qualquer outra característica protegida por lei. No caso de funcionários com problemas na coluna, a demissão pode ser considerada discriminatória se ocorrer sem justificativa válida.

Para identificar esse tipo de dispensa, é importante observar se a demissão aconteceu logo após a comunicação do problema de saúde ou durante o período de estabilidade garantido por lei. Além disso, falta de cumprimento dos procedimentos legais, como a ausência de perícia médica do INSS ou não observância da estabilidade acidentária, são indícios claros.

Outro sinal de dispensa discriminatória é a falta de uma justificativa plausível para o desligamento, especialmente quando o funcionário tem um bom histórico na empresa.

Ao suspeitar de dispensa discriminatória, o trabalhador deve reunir documentos que comprovem a relação entre a doença e o trabalho, como laudos médicos, comunicações à empresa e decisões do INSS. Buscar orientação jurídica é fundamental para garantir seus direitos.

Recorrer à Justiça do Trabalho pode resultar na reintegração ao emprego ou em indenizações pelos danos causados. Por isso, agir rapidamente e com a ajuda de um profissional é essencial para proteger o trabalhador dessa prática ilegal.

Como funciona a perícia do INSS nesse contexto

A perícia médica do INSS é o processo pelo qual se avalia a existência e a gravidade de uma doença ou lesão relacionada ao trabalho, como problemas na coluna. Essa avaliação é essencial para determinar o direito ao auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.

Durante a perícia, o médico perito examina o trabalhador, analisa exames e histórico clínico, além de verificar o nexo causal entre a doença e as atividades laborais.

É importante que o trabalhador leve todos os documentos médicos, relatórios e laudos que comprovem o problema de saúde. Isso ajuda o perito a formar um parecer preciso.

Se a perícia reconhecer a doença como ocupacional ou relacionada ao trabalho, o funcionário terá direito a benefícios e à estabilidade provisória no emprego, evitando a demissão injusta.

Em caso de negativa do benefício, o trabalhador pode recorrer administrativamente ou judicialmente, apresentando novos documentos ou provas que fortaleçam sua situação.

Portanto, a perícia do INSS é uma etapa decisiva para garantir os direitos do trabalhador que sofre com problemas de saúde decorrentes do trabalho.

Passos para buscar reintegração ou indenização

Quando um funcionário com problema na coluna sofre uma demissão injusta, existem caminhos legais para buscar a reintegração ao emprego ou a indenização pelos danos causados. O primeiro passo é reunir toda documentação médica que comprove a condição de saúde e sua relação com o trabalho, como laudos médicos, atestados e relatórios da perícia do INSS.

Em seguida, é fundamental buscar a orientação de um advogado especialista em direito trabalhista para analisar o caso e preparar a reclamação trabalhista. A petição deverá conter todas as provas que indicam a discriminação ou dispensa ilegal.

Na Justiça do Trabalho, o trabalhador pode requerer a reintegração ao cargo, o pagamento do salário correspondente ao período em que ficou afastado e, dependendo, indenização por danos morais.

Outra alternativa é a negociação direta com o empregador para a obtenção de um acordo extrajudicial, que pode resultar em indenizações sem a necessidade de processo.

É importante agir rapidamente, pois prazos legais limitam o tempo para fazer essas reivindicações. Além disso, manter registros cuidadosos e seguir orientações jurídicas aumenta as chances de sucesso.

Entendendo seus direitos e protegendo sua saúde no trabalho

Ter um problema na coluna relacionado ao trabalho traz desafios, mas conhecer seus direitos é fundamental para garantir proteção e tratamento adequado.

Desde o reconhecimento do nexo causal até a estabilidade acidentária, o trabalhador tem amparo legal que pode evitar uma demissão injusta e assegurar benefícios importantes.

Se houver suspeita de dispensa discriminatória, buscar ajuda jurídica e reunir provas é o caminho para garantir justiça, seja por meio da reintegração ou indenizações.

Por isso, estar informado e agir de forma consciente ajuda a proteger sua saúde, carreira e qualidade de vida.

FAQ – Perguntas frequentes sobre funcionário com problema na coluna e demissão

Um funcionário com problema na coluna pode ser demitido?

Um funcionário com problema na coluna não pode ser demitido durante o período da estabilidade acidentária, que dura 12 meses após o fim do auxílio-doença relacionado ao trabalho.

O que é estabilidade acidentária?

Estabilidade acidentária é o direito do trabalhador que sofreu acidente de trabalho ou doença ocupacional de permanecer no emprego por 12 meses após a recuperação, sem poder ser demitido sem justa causa.

Como comprovar que o problema na coluna é relacionado ao trabalho?

A comprovação se dá por meio da perícia médica do INSS, que avalia o nexo causal entre a doença e as condições laborais, além de laudos e exames apresentados pelo trabalhador.

O que fazer se eu suspeitar que fui demitido discriminatoriamente por causa de problema na coluna?

É importante reunir documentos comprobatórios e procurar um advogado para avaliar o caso. A dispensa discriminatória pode ser questionada judicialmente, podendo resultar em reintegração ou indenização.

Quais são os sintomas que caracterizam doenças como LER/DORT?

Os sintomas incluem dor constante ou intermitente, formigamento, inchaço, perda de força e dificuldade em realizar movimentos repetitivos ou tarefas simples.

Como funciona a perícia médica do INSS nesse contexto?

A perícia médica avalia o trabalhador, analisa exames e verifica a ligação entre o problema de saúde e o trabalho para decidir sobre o direito a benefícios e estabilidade no emprego.

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Publicado por

David Viana

David Viana é advogado especialista em Direito do Trabalho e fundador do escritório Ferreira Viana Advocacia. Antes de ingressar na área jurídica, atuou por mais de 10 anos como publicitário, experiência que hoje contribui para uma comunicação clara, empática e estratégica com seus clientes. No blog quandotenhodireito.com.br, compartilha conteúdos atualizados sobre direitos trabalhistas, jurisprudências recentes e orientações práticas, ajudando o público a compreender melhor a legislação e garantir seus direitos.

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